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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Convite a quem gosta de rimas


Já há muito tempo que tive esta ideia, mas só agora resolvi avançar com ela. Trata-se do seguinte: cá na nossa terra e nas vizinhas há muitas atividades, muitos grupos, muita gente ocupada com muitas coisas. Música, desporto, religião, danças, ginástica, etc.
Mas há um tema que me interessa particularmente e que ainda não tem, que eu saiba, quem se lhe dedique, quem forme um grupo ou algo assim, para desenvolver atividades ou encontros relativos a esse mesmo tema. Trata-se da poesia. Rimas, por assim dizer.
Ora eu pensei em criar uma espécie de grupo (chamemos-lhe por agora assim) para, uma vez por mês, se juntar para falar, ler, mostrar, criar, cantar, o que seja, poesia. Para dar a conhecer autores, novos ou antigos, ou para mostrar as coisinhas que se vai escrevendo (eu sei que há muita gente que escreve, que tem um caderninho onde guarda os seus versos).
Quem canta  se calhar até sabe dizer poesia.
Quem canta ao desafio sabe criar rimas.
Quem sabe versos antigos, quem gosta de criar os seus, quem gosta de ler versos, rimas, poesia, terá lugar neste grupo. Ou quem quiser apenas ouvir, também será benvindo.
Pensei em pedir apoio à Junta de Freguesia ou ao Centro Social, para que emprestem uma sala se houver interessados em iniciar estes encontros, que teriam lugar a cada dia 20 ou 21, já que o Dia da Poesia é a 21 de março e o Dia do Poeta a 20 de outubro, depois se decidiria qual dia ficava.
Se estiverem interessados, contactem-me através do facebook:
https://www.facebook.com/fatima.dafelipa
E vamos a isto :)

terça-feira, 26 de abril de 2016

Prevenção de Fogos - Sessão de Esclarecimento


Decorreu esta tarde, no edifício da Junta de Freguesia, uma sessão de esclarecimento sobre prevenção de fogos. Promovida pelo Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal e pela GNR, contou com um número razoável de participantes.
Foram esclarecidos certos pontos, relacionados com a queima de sobrantes (ramos de árvores, paus, ervas secas) e lixo (que é proibido queimar, coloca-se nos contentores ou chamam-se os Serviços camarários se forem artigos volumosos, que os recolhem gratuitamente).
Também foi focada a necessidade de prevenção de fogos nos montes ou florestas, apelando-se à limpeza das bouças e terrenos, principalmente se localizados perto de habitações.
Não fazer churrascos nos montes ou outras zonas arborizadas.
Para fazer uma queimada (pegar fogo a uma certa área de terreno) tem de se previamente comunicar aos Serviços da Câmara ou aos Bombeiros, que dirão a melhor ocasião e modo para o fazer.
O presidente da Junta, que também estava presente, esclareceu certas questões sobre abate de árvores e remoção das mesmas em certas zonas, por exemplo no Monte do Castelo, em que não se podem arrastar as árvores cortadas para não se destruir património arqueológico que possa existir.
Outro ponto que foi focado pela Técnica da Câmara foi o aconselhamento à remoção total de toda a rama verde dos pinheiros das bouças, quando cortados. Parece que há um bicho que dá nos pinheiros, tipo uma larva, que é posta por uma espécie de insetos. As larvas alimentam-se da rama tenra, por isso o aconselhamento a que se destrua quando se proceder ao abate de pinheiros, para que esse mal não se propague.
Mais alguns pontos foram abordados e foram também colocadas questões pela assistência, que foram esclarecidas pelo presidente da Junta em alguns acasos, pela Técnica da Câmara ou pelo mestre Miranda, o oficial da GNR presente.
Por último, não esquecer de ligar para o nº 117 sempre que se aviste um foco de fogo. Ainda que por vezes pensemos que já alguém o há de ter visto e ligado para os bombeiros, é melhor que sejam duas ou mais pessoas a ligar do que nenhuma. E quanto mais cedo os bombeiros chegarem mais depressa conseguem extinguir o fogo, por isso não se deve esperar que as chamas cresçam para os chamar. Em caso de dúvidas, mais vale ligar.

domingo, 24 de abril de 2016

O Conde das Três Marias


Antigamente era costume, ao serão ou nas tardes chuvosas de inverno, em que se aproveitava para cortar roupa velha em tiras para fazer mantas, ou escolher feijões, ou cozer batatas para os porcos, ou coser/remendar algumas peças de roupa, contarem-se histórias em verso, tradicionalmente designadas por xácaras,  que passavam de geração em geração.
O Conde das Três Marias é uma xácara que a minha avó me ensinou e que aqui deixo, deve haver por aí algumas variantes e seria interessante comparar.

O conde das Três Marias
Por ser o conde maior
Ele tinha três meninas
Todas lindas como o sol.

A sua filha Faustina
Que era mais afidalgada
O seu pai a convertia
Para sua namorada.

-Valha-me a Virgem Maria
Valha-me a Virgem Sagrada
Eu quero ser sua filha
E não sua namorada.

Mandou fazer um palácio
Dos mais altos que havia
E meteu Faustina dentro
Sete anos e um dia.

O pão era-lhe por onça
A carne da mais salgada
Água não era nenhuma
A sede é que a matava.

Virou Faustina pra dentro
Por mais triste que ela andava
Encontrou a sua mãe
Numa sala passeava.

- Deus a salve, ó minha mãe
E Deus me salve a minha alma,
Por amor de Deus lhe peço
Que me dê um jarro de água.

- Como te hei-de dar a água
Minha filha tão honrada
Que há sete anos que vivo
Com teu pai mal casada.

Virou Faustina pra dentro
Por mais triste que ela andava
Encontrou a sua mana
Numa sala passeava.

- Deus te salve, ó minha mana
E Deus me salve a minha alma,
Por amor de Deus te peço
Que me dês um jarro de água.

- Como te hei-de dar a água
Minha mana tão honrada
Que o nosso pai já nos disse
Que nos amaldiçoava.

Virou Faustina pra dentro
Por mais triste que ela andava
E encontrou o seu pai
Numa sala passeava.

- Deus o salve, ó meu pai
E Deus me salve a minha alma,
Por amor de Deus lhe peço
Que me dê um jarro de água.

- Como te hei-de dar a água
Minha filha tão honrada
Pedi-te a tua mão direita
Disseste que me a não davas.

- Darei a minha mão direita
Darei a esquerda também,
Vá-me já buscar a água
Ou ma mande por alguém.

- Correi, vassalos, correi
Buscar água prà Faustina
Trazei-a num cálice de oiro
Ou de prata que é mais fina.

Quando o vassalo chegou
Já Faustina suspirava,
Morreu e foi para o Céu
Em anjos arrodilhada;
O pai foi para o inferno
Por o que a atormentava.

domingo, 17 de abril de 2016

Nicho do Senhor dos Milagres


 Não há documentos a comprová-lo, mas a data inscrita aponta o ano de 1925 como o da sua construção. A expensas do "tio" Zé do Amaro, conhecido santeiro da freguesia há muito falecido, ou quiçá pelo próprio, foi construído na entrada da atual Rua do Senhor dos Milagres, que naquele tempo era um caminho.
Há uns anos a Junta de Freguesia, sendo na altura presidente José Pires, ao renovar os caminhos mudou o nicho para a frente da tabacaria da Julieta Meira.
Ali ficava mais bem situado e ali permanece, mas há uns tempos o mau tempo desestabilizou o muro onde se situa o nicho e o risco de derrocada era grande. Os vizinhos falaram com o atual presidente da Junta, que se prontificou a realizar obras que consolidassem a edificação.
Ao mesmo tempo, a comissão fabriqueira da paróquia mandou restaurar as imagens.


Não há dono, não há papéis a comprovar que pertence a A ou B. Ao longo dos anos houve uma família que zelava pelo nicho. Havia muita gente a colocar velas junto dele, flores também.
Entretanto, a senhora envelheceu e já não podia tomar conta do nicho. Entregou as chaves. Desconheço a quem, talvez à Junta de Freguesia ou à Fábrica da Igreja, ou a ambas as entidades.


As imagens que o nicho contém são três: um crucifixo com um Cristo, que é o Senhor dos Milagres, são José e santa Teresinha. 
Inicialmente havia apenas o Senhor dos Milagres, as outras duas imagens foram adicionadas posteriormente e não se sabe quem as fez, se foi o "tio" Zé do Amaro já que também tinha esculpido o Cristo. São todas de madeira, feitas artesanalmente.


Quem tem atualmente a chave do nicho, e quem zela por ele, é o Sr. Domingos da Germana e a esposa, a Maria Laurinda. São eles que mudam as flores e as toalhas.
Entretanto, a remodelação trouxe um inconveniente: o vidro que protege as imagens provoca muita condensação e durante a noite o nicho enche-se de humidade. Isso provocará, a meu ver, estragos nas imagens e deve ser corrigido. Talvez um simples furo resolva o problema, deixo isso para os entendidos, mas penso que é urgente a intervenção antes que os danos sejam irreversíveis.
Parabéns aos intervenientes no restauro e conservação deste nicho, que faz parte do património religioso da freguesia e que muita gente venera, mas permitam que aconselhe também a colocação de grades na frente das imagens, pois com a quantidade de roubos e vandalismo que tem havido, não só cá mas em todo o lado, um dia poderemos ter uma surpresa desagradável e seria uma perda imensamente lastimável.