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terça-feira, 26 de março de 2019

Sagrado Lausperene


Realizou-se no dia 23 e 24 de março mais um Sagrado Lausperene, na igreja paroquial. 
Como é habitual, foram vários os movimentos da Igreja a dirigirem as diversas horas de adoração ao Santíssimo, que foi solenemente exposto no final da Eucaristia das 18h30 de sábado. 
A adoração contínua, em que a igreja nunca esteve vazia, prolongou-se durante a noite até à manhã de domingo, quando foi celebrada missa pelas 8h00, e prosseguiu depois até à tarde, tendo o seu encerramento ocorrido com a celebração da Eucaristia.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Peregrinos de Castelo do Neiva em terras transmontanas


No dia 17 de março, cerca de meia centena de peregrinos de Castelo do Neiva, a maioria pertencente a vários movimentos da Igreja, dirigiram-se a terras transmontanas, em peregrinação aos santuários de Nossa Senhora de Balsamão e Santo Ambrósio, em Macedo de Cavaleiros.
Saiu-se de manhã cedo e a primeira paragem foi em Murça, para o pequeno almoço.
Murça é uma vila pequena mas simpática, terra de bom vinho e azeite. É também a terra onde nasceu o soldado Milhões, herói português da I Guerra Mundial, que salvou da morte muitos companheiros e por isso foi mais tarde condecorado ao mais alto nível.
Depois do estômago reconfortado seguiu-se viagem até Chacim, Macedo de Cavaleiros, chegando ao santuário de Nossa Senhora de Balsamão pouco depois das 11 h da manhã, cantando estes simples versos:

Senhora de Balsamão
Aqui vimos nós, Senhora
Lá das terras de Viana
Estamos a chegar agora.

Senhora de Balsamão
Ó Senhora, cá chegamos
Lá das terras de Viana
Por tantas terras andámos.

Senhora de Balsamão
Ó Senhora, aqui vimos
Lá das terras de Viana
A vossa bênção pedimos.

Senhora de Balsamão
Destes montes altaneiros
Lá das terras de Viana
A cá vir somos primeiros.

Senhora de Balsamão
Com vosso divino manto
Curai todos os doentes
E secai o nosso pranto.

Visitando a Senhora logo de seguida, era grande a emoção. Reza a lenda que em tempos medievais vivia naquelas terras um mouro, a quem os habitantes tinham de pagar o tributo das donzelas, ou seja, toda a noiva teria de dormir a primeira noite de casada com o mouro e não com o seu marido. Contrariados e desolados, todos na aldeia cumpriam essa lei, até que um jovem cristão resolveu não a cumprir. Recusando-se a entregar a mulher que amava a outro homem, no dia do casamento foi em comitiva com os amigos ao palácio do mouro, supostamente para pagar o tributo, mas quem ia vestido de noiva era ele. Ao chegar perto do mouro cravou-lhe um punhal no coração. Logo os soldados mouros acudiram, atacando o jovem noivo que com a ajuda dos amigos deu bastante luta. Como os mouros eram em maior número, os cristãos eram abatidos e caíam no campo de batalha. Mas então surgiu uma mulher, com um vaso de bálsamo na mão, que com esse mesmo bálsamo fazia uma cruz na testa dos cristão caídos. Todos a quem ela aplicou o bálsamo se salvaram e recuperaram as forças, conseguindo expulsar os mouros. A mulher entretanto desaparecera, mas ficou em todos a ideia de que só podia ser Nossa Senhora quem por lá tinha passado. Nossa Senhora de Bálsamo na Mão, mais tarde abreviado para Balsamão.
Nossa Senhora de Bálsamão tem na mão esquerda um frasco de metal com o bálsamo e na direita um ramo de noiva. Reconhecida como protetora dos noivos, muitos são os que no seu santuário se vão casar.


Neste santuário se adora também a Misericórdia Divina, revelada por Nosso Senhor a Santa Faustina. Foram os Padres Marianos da Imaculada Conceição, a quem pertence o convento aqui situado, que trouxeram esta devoção para Portugal e a divulgaram primeiramente.
A cada terceiro domingo do mês é celebrada missa com imposição do bálsamo aos fiéis, o que levou a que fosse esse dia o escolhido para a peregrinação. Assim, depois da Eucaristia, celebrada ao meio dia e em que se comungou nas duas espécies, todos receberam a imposição do bálsamo, na forma de uma cruz na testa.
Seguiu-se o almoço, para uns servido no refeitório do santuário e para quem levou farnel havia espaços verdes para estenderem as toalhas e almoçarem confortavelmente.
De tarde prosseguiu-se a viagem, em direção a Vale da Porca, ao santuário de Santo Ambrósio. E também se cantou na despedida à Senhora:

Senhora de Balsamão
Cá viemos nós, Senhora
Lá das terras de Viana
E agora vamos embora.

Senhora de Balsamão
É azul o vosso manto
Destes montes altaneiros
Senhora, sois o encanto.

Senhora de Balsamão
Da vossa presença vimos
E para santo Ambrósio
Agora nos dirigimos.

Senhora de Balsamão
Da vossa capela vimos
Que o resto da viagem
Corra bem, nós vos pedimos.

Senhora de Balsamão
Mãe de Deus e nossa Mãe
Que este nosso autocarro
A Viana chegue bem.

O santuário de Santo Ambrósio, com um recinto de grandes dimensões, é muito visitado e nele se realiza uma grande romaria no terceiro domingo de agosto. Vale da Porca é a terra do cantor Roberto Leal, que é muito devoto de Santo Ambrósio devido ao santo ter curado da cegueira o seu pai. Lá se encontra uma placa a assinalar o facto, com versos feitos pelo cantor, em agradecimento.
Há duas capelas: a inicial, pequena, onde se encontra a imagem antiga do santo, imagem essa que é a que sai em procissão no dia da romaria; e uma grande, já elevada a santuário, com uma imagem de Santo Ambrósio de fabrico mais recente. No recinto encontra-se uma plataforma com cobertura, para a celebração da missa campal, ladeada por outra imagem do santo e ainda a imagem de São Paulo.



Depois de Santo Ambrósio iniciou-se a viagem de regresso, mas ainda com uma paragem, desta vez em Mirandela. Terra da boa alheira, muitos foram os que aproveitaram para comprar este produto, assim como presunto, azeitonas e chouriços.