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sábado, 23 de julho de 2022

Renovação da capela do Senhor da Boa Sorte


No dia 2 de julho, primeiro sábado do mês e dia dedicado ao Imaculado Coração de Maria, inaugurou-se a capela de Nosso Senhor da Boa Sorte, depois de realizadas obras de requalificação no interior da mesma. Foi feito novo altar, todo em granito, pois o anterior, em madeira, estava já muito danificado pelo bicho, e foi renovado o piso. 
Foram também colocadas imagens novas, que substituíram as antigas. Saiu Nossa Senhora da Conceição e Santo António e agora podemos ver e venerar na capela as imagens de Nossa Senhora de Fátima, os santos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto e a pastorinha Lúcia. 
O Senhor da Boa Sorte, um belo crucifixo, foi substituído por outro mais belo ainda.


A capela do Senhor da Boa Sorte é propriedade privada e fica num local chamado Praça do Bilho, junto ao cruzeiro lá existente, na confrontação da Rua da Senhora da Boa Sorte com a de Nossa Senhora das Neves. Na altura em que se fez a renomeação das ruas foi dado erradamente o nome de Senhora, mas é Senhor da Boa Sorte. Do mesmo modo a capela se encontra localizada no mapa da Google, na Internet, como capela da Senhora da Boa Sorte, um erro em que provavelmente ninguém reparou mas que deveria ser corrigido. 
Esta capela foi construída em 1897 por Manuel Félix, um familiar dos atuais donos, e tem atualmente 125 anos. Desconhecem-se as razões para ele ter decidido construí-la e de ter escolhido a devoção ao Senhor da Boa Sorte, mas há relatos de que era uma pessoa muito dada às coisas da Igreja e de uma bondade imensa. Possuía um terreno no antigo Lugar do Calvário, e na altura em que se pretendia construir o cemitério da freguesia, na segunda metade do século XIX, disponibilizou-se a cedê-lo à paróquia para esse efeito, o que, considerando o contexto daquela época, foi um ato de relevada importância.


Antigamente não havia cemitérios, os mortos eram enterrados nas igrejas, sendo que as pessoas mais importantes da freguesia eram enterradas dentro da igreja, perto do altar-mor, e as outras mais afastadas. Os pobres eram sepultados no adro. 
Com a proibição dessas práticas, em 1830, houve necessidade de se construir um espaço dedicado ao sepultamento dos defuntos e para isso eram necessários terrenos, mas os proprietários desses terrenos nem sempre concordavam em vendê-los para esse efeito, pois consideravam-no macabro ou o local pouco digno para sepultar gente cristã. 
Embora a proibição de se enterrar mortos nas igrejas entrasse em vigor em 1830, o primeiro sepultamento no cemitério da freguesia ocorreu em 1887, mais de cinquenta anos depois, pois não seria tarefa fácil convencer as pessoas e as negociações para a obtenção do terreno adequado devem ter-se prolongado por algum tempo.
Consta que chegou a pensar-se em construir uma igreja no local onde se construiu depois a escola primária de Santiago, e que posteriormente deu lugar ao Centro Cívico, e foi nessa altura que o futuro proprietário da capela do Senhor da Boa Sorte ofereceu o terreno de que dispunha no Lugar do Calvário para a construção do cemitério. No entanto, tal não chegou a ser necessário, pois as negociações com os outros proprietários acabaram por se concretizar e o cemitério foi construído no local onde se encontra, ao pé da igreja paroquial.
Embora com bastante estranheza da população no início, os defuntos começaram a ser sepultados no espaço construído para tal, o povo foi-se habituando e até algumas famílias mais abastadas foram construindo jazigos próprios, em forma de pequenas capelas.
Voltando à capela do Senhor da Boa sorte: supõe-se que, primeiramente, em vez dela havia umas alminhas implantadas no muro que ladeava a moradia do proprietário e que foram tapadas. Há alguns anos, com obras de requalificação feitas nesse muro, os contornos das alminhas ficaram de novo à vista, embora sem vestígios da imagem ou imagens que pudessem ter tido. A atual proprietária decidiu então, em conformidade com as filhas, restaurar esse espaço e nele colocar uma bonita imagem em azulejo de São Judas Tadeu.


A capela foi assaltada há uns anos e as imagens roubadas, e nunca foram recuperadas a não ser a cruz em que estava o Senhor crucificado e que já não O tinha, mas a imagem primitiva do Senhor da Boa Sorte ainda existe. Trata-se de um crucifixo de pequenas dimensões, que tinha sido substituído pelo que foi depois roubado.
A capela antigamente recebia muitas esmolas. Atualmente vão escasseando, mas a caixa de esmolas ainda vai recebendo algumas moedas. Também São Judas Tadeu se tornou objeto de devoção de muitas pessoas, e há sempre velas ao pé da sua imagem, assim como ao pé da porta da capela. 
A capela do Senhor da Boa Sorte, apesar de ser propriedade privada, está aberta ao culto do povo. Além de velas e esmolas, há também quem ofereça flores para o seu altar.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Festival de folclore JANGADA 2022


No dia 9 de julho, após dois anos em que ficou em terra, a jangada voltou ao mar, dando início ao festival de folclore organizado pelo Grupo Etnográfico de Castelo do Neiva. Cerca das 17h, junto ao portinho de pesca, foi feito literalmente o lançamento de uma jangada nas águas do mar, como forma de receção aos grupos convidados, entidades oficiais e todos aqueles que quiseram assistir. 
Pelas 21h30, tendo como pano de fundo a Igreja Paroquial, realizou-se no adro o espetáculo de folclore JANGADA 2022, no qual participaram três grupos: o anfitrião, Grupo Etnográfico de Castelo do Neiva, o Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela e o Grupo de Danças e Cantares Nossa Senhora de Guadalupe, da Maia. 
Foi um espetáculo magnífico, com a excelente qualidade a que o Grupo Etnográfico nos habituara e de que já tínhamos muitas saudades.