Realizou-se no dia 5 em Viana a peregrinação anual ao monte de Santa Luzia.
Esta peregrinação realiza-se depois de, em 1918, ter sido feita uma promessa pelas gentes da cidade ao Coração de Jesus, devido à pandemia da pneumónica, ou gripe espanhola, durante a qual muitas pessoas morreram, em Viana e arredores.
Morria tanta gente que já não tocavam os sinos a defunto, eram vários por dia. Depois da promessa feita e da consagração da cidade ao Sagrado Coração de Jesus, as mortes rarearam e a pandemia foi declarada extinta.
A partir dessa data, os vianenses da cidade e de todas as paróquias do Concelho rumam ao cimo do monte, em procissão, a cumprir a promessa.
E fazem-no todos os anos, no domingo mais próximo à solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Diziam os antigos da nossa terra que pelo menos uma pessoa de cada casa deveria participar na peregrinação.
O templo foi construído em honra do Sagrado Coração de Jesus, no início do século XX, mas já antes havia o costume de ir em romaria ao monte, a uma capela lá existente, que na altura era dedicada a Santa Águeda do Monte. Quando foi restaurada e ampliada, essa capelinha foi consagrada a Nossa Senhora da Abadia, cuja imagem ainda existe e que se encontra atualmente no templo, do lado esquerdo da porta principal.
Mas foi a fé em Santa Luzia que acabou por dar o seu nome à capela. Advogada da vista, Santa Luzia tem muitos devotos em Viana e arredores. Já naquele tempo tinha, e depois de muitos milagres atribuídos à intervenção da santa, os devotos mudaram a imagem dela para o altar-mor, tornando-a padroeira da capela e dando também o seu nome ao monte.
Mais tarde, quase no final do século XIX, durante uma peregrinação, o padre Dias Silvares teve a ideia de colocar uma imagem do Coração de Jesus que abençoasse, lá do alto, Viana e o Minho. Construiu-se uma artística coluna para a colocar mas depois de estar concluída verificou-se que, devido à forte inclinação da imagem, para a frente, a coluna não a suportaria.
Colocou-se então a imagem num pedestal em frente à dita capelinha de Santa Luzia, que só foi demolida em 1926. Construiu-se outra coluna, idêntica à primeira, com a ideia de nelas colocar dois anjos (nunca os vi).
Entre uma coluna e outra construiu-se o templo-monumento.
(Informação recolhida aqui.)
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